Medo é o mestre que me faz desaprender.
O que tira de mim a audácia de ser eu mesmo.
Medo é esse que impede, mas aqueles que me introduziram ao medo, se iludem, achando que assim, estão me protegendo ou querendo o que é de bom para mim.
Quem disse que alguém sabe o que será melhor para minha vida ou minhas preferências?
O medo apenas produz covardia e enrijecimento.
Como experimentar o novo e ter coragem em viver e progredir, se estou inundada de medo que restringe e atrasa o desenvolvimento?
A muralha da China, foi construída para “proteger “ o império de invasões e guerras, mas sua presença acintosa, apenas produziu o desenvolver de formas sofisticadas de invasões.
A violência infantil, esta dentro de casa. Familiares incutem o medo em nós. Tolhem a audácia do ser eu mesmo, me contando sobre os perigos da vida.
Vivemos em situação de emergência, defendidos dos perigos muitas vezes imaginários que impedem perceber, se a realidade é essa mesmo.
O medo também cuida, mas numa medida que seja protetora, e não paralisante.
É um veneno que vai sendo inoculado a conta-gotas, sem nos darmos conta.
É um veneno que adoece de tristeza! Adoece nosso corpo e nossa alma.
Vivemos tempos de excesso de informação e conversas: guerras, processos e abusos. Todos perplexos em ver, ate onde o medo paralisa e confunde o discernimento.
A compreensão está turvada, por medo e insegurança.
Temos mais medos de coisas más do que elas realmente existem.
A realidade é mesmo perigosa? A natureza é traiçoeira? A humanidade é imprevisível? Vivemos em situação de emergência e assim, os poderes podem controlar e nos calamos. O mesmo ocorre dentro das famílias, em silêncio.
Devemos temer mais aqueles que dizem nos proteger dos perigos! É assim que surge o controle e a paralisia. A suspensão dos direitos individuais. Os ditadores!
Deixamos de fazer perguntas e buscar razões. E assim, submetidos ao medo que aprisiona. Assim se instalam ditadores sanguinários.
Alguns têm medo da comida, pois engorda. Outros têm medo da fome e da escassez.
Para fabricar armas, é preciso fabricar inimigos.
Para superar os perigos, fabrica-se assim, mais armas, mais segurança. Guerras? A industria das armas nunca viveu crise…
O caminho tem que ser outro. Sabemos bem disso!!
Até breve.
Miriam Halpern
Psicóloga e Psicanalista
mhalperng@gmail.com